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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Weezer - "Hurley" - 2010

Sair da Geffen e ir para a “independente” Epitaph até que fez bem para o Weezer. Fazendo um retrospecto: em 2000, o grupo voltava de um hiato de 4 anos com o inspirado “Green Album”, marcando o início de uma nova fase; fase esta que se caracterizou por um tipo de surto de hiperatividade, com a banda lançando um cd praticamente a cada ano. Longe de ser um fator positivo, o grupo acabou se tornando meio burocrático, com álbuns irregulares, ainda que tivessem excelentes singles. Sob esta perspectiva negativa, ficava difícil crer que eles ainda lançassem algo de relevância, porém “Hurley” muda um pouco dessa imagem, nos dando a impressão que este é o cd que o Weezer nos deve desde o verdinho.
A primeira coisa que nos chama atenção é a capa um tanto incomum, sem logo e apenas com uma foto de Jorge Garcia – o Hurley, do seriado Lost. Ainda que essa homenagem geek torne o cd atraente e o primeiro single, da música “memories”, nos empolgue, é inevitável o receio de se desapontar novamente. Mas o cd é bem mais resolvido e enxuto que os dois anteriores, nos entregando uma banda diferente e renovada, com composições redondas o suficiente para o álbum melhorar a cada audição.
"Death to False Metal" (2010).
Em menos de dois meses depois deste lançamento, o susto: Weezer lança mais um outro cd! Incorrigíveis? Nem tanto, este album é apenas para encerrar de vez o contrato com sua antiga gravadora, a DGC. O disco trás o curioso nome de “Death to false metal” e não compromete. As músicas aqui na verdade eram antigas e nunca tinham sido lançadas. Talvez para não ganhar o status de caça-níquel, a banda tenha entrado em estúdio para dar uma nova roupagem nelas.
Atualmente é difícil esperar que o Weezer possa voltar a fase Blue Album ou mesmo lançar algo tão significativo quanto Pinkerton. Talvez o mais próximo disso seja a nova turnê, onde eles irão tocar os dois citados albuns na íntegra, fora uma edição comemorativa do segundo disco; remasterizado e com faixas bônus. A própria banda também parece desencanada dessas cobranças e estar mais interessada em fazer aquilo que vier em suas cabeças, seja enfiando versões de Tony Braxton e Coldplay em seus discos, as esdrúxulas roupas da turnê do Red album ou desconstruindo a formação em cima do palco. É como diz o refrão da canção "Pork and beans": "eu faço as coisas que eu quero fazer, eu não tenho nada que provar para você".



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